De repente, vem à sua mente o primeiro dia de aula, aquele em que você chorava porque não queria ficar, não suportava nem olhar a cara da professora, era tudo um tormento. Mas, ainda assim, seus gostos não eram realizados, você tinha que ir... e com o passar do tempo, talvez pela rotina, não é que você gostasse, mas, havia se acostumado. Começa a ter colegas, a brincar, sorrir e percebe que é por ali mesmo o seu caminho. Passam-se anos, começamos a nos desenvolver; a educação toma proporções ainda maiores, você começa a ser cobrado por aquilo e ouve diariamente: "estude para um dia fazer uma faculdade", isso já era clichê, os ouvidos até se acostumavam. Iniciam-se grandes amizades através dos animados momentos de convívio, e sem perceber, junto àqueles amigos, você cresce, começa a ter um novo olhar sobre o mundo e sobre os que lhe cercam.
De repente, lembra-se dos inúmeros professores que passaram, e que sempre lembravam: "estudem, nada disso é em vão. Um dia vocês vão precisar". Mas, aquilo parecia não fazer sentido algum; era simples: estudávamos para as avaliações parciais e pronto, sentíamo-nos satisfeitos. O início de cada ano era sempre marcado pelas mesmas promessas de sempre - "esse ano eu estudo", mas aí, o tempo vai passando e essas promessas vão sendo esquecidas, perdem seu valor. Se iniciam novas etapas... aqueles amigos lá do fundamental que pareciam ser eternos, você já nem tem mais contato, de uns, nem o nome lembra; vai percebendo que poderia ter aproveitado muito mais, ter curtido mais aqueles companheiros que o tempo se encarregou de distanciar, ou a culpa talvez seja nossa; vê também qcomo era tudo maravilhoso: sonhos puros, inocentes, verdadeiros, ainda não nos havíamos corrompidos pela podridão que a humanidade forma em nós. O ensino médio já te leva pra uma visão ainda mais ampla, é hora de correr atrás do tempo perdido, hora de colocar as coisas no lugar, afinal, é a reta final para o tão sonhado vestibular. Só que aí, você trapaceia a si mesmo, e faz de conta que sabe o que está fazendo. A fase final do tempo de colégio vira só alegria, farra, animação... é até então,tudo maravilhoso.
'De repente, não mais que de repente', parece que o tempo voou, e você se encontra no 3° ano do ensino médio prestes a fazer a prova do vestibular para concorrer a uma vaga da faculdade. Sim, é o momento crucial, é onde você realiza aquilo que escuta desde pequenininho. Hora de escolher qual a carreira a ser seguida, aquilo que se passou toda uma vida se planejando se desmancha em uma semana, e novos sonhos se plantam. O medo é um forte inimigo, insegurança, incerteza também colaboram. Nem parece real... poxa, tudo muito rápido. Aí o que resta é arricar-se. Colocar-se sob um teste que pode mudar teus rumos... e o pior: você nem havia reparado que ja era o momento, até esqueceu que deveria ter passado não só um mês de noites em claro, ele não resolveria; talvez, iniciar bem antes seria mais eficaz. Talvez, fazer valer a pena os momentos estressantes entre letras e números faria um efeito maior. Só que o tempo de pensar ja passou, não dá pra retornar e consertar um erro assim. Você chega ao local de prova, vê-se rodeado por concorrentes que mal te olham. Abre a prova, se encontra um tanto perdido em algumas coisas, certo em outras ... no final, só resta a certeza de que é preciso ir muito mais além do que o que se é colocado. E percebe que se você não toma as rédeas da tua vida, coisas supérfluas vêm e tomam. As lágrimas que caem não resolverão nenhuma questão de matemática, nem te farão lembrar das aulas de química, e muito menos te darão respostas de biologia. O que resta? seguir em frente. Nunca foi fácil para ninguém. É preciso muito esforço, coragem e determinação. É preciso colocar os sonhos em um locall não muito alto, onde possamos alcançar, mas que também não seja muito baixo, pra não correr o risco de se misturar com as outras coisas. Necessário mesmo, é não se martirizar pelo que passou, pelas oportunidades perdidas... é saber que experiências se somam para o alcance do que é verdadeiramente nosso!
"Deus me entregou bem mais do que eu mereço, talvez seja por isso que eu me cobre sempre mais. Não que eu não seja capaz, mas as vezes é dificil... Não que eu não queira acertar, mas nem sempre é possível" (Pe. Fábio de Melo)
Esse texto fiz baseado em meus próprios sentimentos, visto que estou nessa fase de vestibular, mas também sei que esse momento de nostalgia, tensão, nervosismo é comum em todas as mentes de pré-universitários =)